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  • Foto do escritorRita Farchi Reis

Sigmund Freud: você já ouviu falar dos complexos de Édipo e Electra? Amor ou fascinação pelos pais?

Antes de falarmos sobre o que é o Complexo de Édipo e Complexo de Electra, é importante entendermos de onde surgiram estes termos. Portanto vamos nos aprofundar um pouco mais na história de Édipo e Electra na Mitologia Grega.


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Complexo de Édipo

Édipo era filho de Laio e Jocasta. Quando Jocasta engravidou, Laio recebeu uma mensagem dos Oráculos, dizendo que este filho que sua esposa carregava, seria o seu fim.

Sendo assim Laio, muito preocupado com a premonição dos Oráculos, decidiu entregar seu filho Édipo, logo após o nascimento, aos pastores, com a ordem que eles o matassem.


Mas os pastores ficaram com pena de matar a criança e criaram o menino.


O tempo passou e Édipo cresceu e se tornou um rapaz. Um dia Édipo estava na estrada e encontrou um senhor vindo em seu encontro numa carruagem, mal sabia ele que este senhor se tratava de seu próprio pai. O que ocorre é que eles iniciaram uma briga e Édipo acabou por matar este homem, sem ter conhecimento algum que se tratava de seu pai.


Enfim, com o passar do tempo, Édipo foi exaltado pelo povo, pois havia na estrada uma Esfinge, um monstro terrível que assustava todos da aldeia. Ela lançava um enigma e quem o descobrisse poderia eliminá-la. Édipo por sua vez descobriu o enigma e acabou com a Esfinge, acabando também com o terror de todos os moradores. Sendo assim os moradores ficaram tão felizes que ofereceram para Édipo um casamento com uma viúva.


E assim foi feito, ele se casou com Jocasta e teve quatro filhos com ela. Mal sabia ele que se tratava de sua própria mãe. Ocorre que logo ele consultou um Oráculo e o mesmo revelou toda a verdade sobre a sua história.


Jocasta se suicidou e Édipo furou os dois olhos, por saber que matou o pai e se casou com a mãe. Preferiu ficar cego a enxergar sua própria verdade.


Na teoria psicanalítica o termo Complexo de Édipo, foi adotado por Sigmund Freud, aproveite e corra ler meu artigo: Sigmund Freud: 10 fatos curiosos sobre o pai da psicanálise.


O complexo ocorre dos 3 aos 6 anos e desempenha um papel importante na fase fálica do desenvolvimento psicossexual, importante na formação da identidade sexual. Este comportamento refere-se ao desejo amoroso do menino, pela sua própria mãe.


Nesta situação o menino concorre com seu pai, pela posse de sua mãe e sente um enorme ciúme por seu genitor do mesmo sexo. Neste momento seu pai torna-se o seu rival, pois o menino se coloca em seu lugar e seu principal desejo é de eliminá-lo, para que ele possa substituir o pai.


Porém enquanto o ID primitivo quer eliminar o pai, o ego mais realista sabe que o pai é muito mais forte que ele. A conclusão desta etapa envolve em identificação da criança com o genitor do mesmo sexo, para levá-lo a uma identidade sexual madura.


Para resolver esta questão, a criança deve identificar-se com o genitor do mesmo sexo, ou seja, o menino se identifica com o pai a fim de resolver este conflito e se tornar um adulto saudável. Mas se não houver resolução deste conflito, o menino pode ter problemas de comportamento no futuro.


Complexo de Electra

Na mitologia Grega, Electra, era filha de Agamemnon, rei de Micenas, casado com a rainha Clitemnestra. Electra cultivava um imenso amor por seu pai e este foi um dos grandes motivos que a levou a planejar a morte de sua mãe.


Ocorre que sua mãe era amante de Egisto e eles planejaram a morte de seu pai Agamenon, sendo que Electra ficou sabendo e induziu o irmão Orestes a cometer o assassinato junto com ela, pois ela estava decidida a vingar o pai morto.


A mãe antes de morrer confessou para a filha que a amava muito e que só a tratava mal para que Egisto seu amante, não desconfiasse de seus sentimentos pela filha, com medo de que ele pudesse maltratá-la, mas Electra nem quis saber das justificativas da mãe.

Sendo assim, seu irmão Orestes, matou a mãe e o amante, por ordem e indução da jovem Electra.


O Complexo de Electra trata-se da versão feminina do Complexo de Édipo.


Quem cunhou o termo Complexo de Electra, foi Carl Gustav Jung, psiquiatra e psicoterapeuta suíço, no ano de 1913. Este mesmo comportamento, era denominado por Sigmund Freud de Complexo de Édipo Feminino, pois ele não aceitava o termo cunhado por Carl Jung.


Conheça outra técnica de ouro aplicada por Freud: a livre-associação.


Durante os 3 primeiros anos de vida, a menina mantém um vínculo muito amoroso com a mãe, mas depois desta idade dos 3 aos 6 anos, manifesta-se um sentimento de querer chamar a atenção do pai.


Neste comportamento as meninas sentem desejo por seu pai e ciúme de sua mãe, trata-se de uma competição que a menina trava com a própria mãe, pelo amor do pai.

A menina começa a ter uma tendência elevada de entrar em conflito com sua mãe pela posse de seu pai.


Durante este processo, ocorre o momento de identificação, onde a menina identifica-se com a mãe e incorpora seu caráter.


A menina começa se identificar e imitar a sua mãe por medo de perder o seu amor.

De acordo com o Sigmund Freud a menina vivencia a angústia da castração, quando se torna ciente das diferenças físicas entre homens e mulheres.


A menina ligada à mãe descobre que não tem um pênis, se apega a seu pai e começa a ressentir pela sua mãe que culpa pela castração. Neste momento a menina se coloca no lugar da mãe e tem o desejo de eliminá-la.


Quando este comportamento ocorre, de acordo com a teoria freudiana, a parte do processo de desenvolvimento é aprender a identificar-se com o genitor do mesmo sexo.

Para resolver esses impulsos é necessária muita conversa para que a menina entenda as diferenças entre os diversos tipos de amor, sendo que se está situação não for completamente resolvida na infância, pode gerar diversos problemas na vida adulta da menina.


Vale ressaltar que tanto para o Complexo de Electra, quanto para o Complexo de Édipo, atração e desejo que a criança sente, não significam o mesmo sentimento que os expressados pelos adultos.


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Rita Farchi Reis


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