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  • Foto do escritorRita Farchi Reis

Saiba que nada é tão sem querer como imaginamos

Quando ouvimos falar em assuntos psicanalíticos, logo nos vem a nossa mente, o nome de Sigmund Freud, o criador da Psicanálise.



Seu trabalho sempre foi compreender o ser humano e não explicá-lo, sendo que sua maior contribuição foi exatamente sua teoria sobre o vasto campo do INCONSCIENTE.


Compreendeu-se então que nossas escolhas, na maioria das vezes, são dirigidas pelo nosso inconsciente, ou seja, não somos os nossos próprios senhores. Para Sigmund Freud, esta revelação foi extremamente perturbadora, pois entendeu que somos guiados na maioria das vezes, por nossos próprios instintos.


Hoje vamos falar de um assunto vivido por todos e que passa muito despercebido aos olhos da maioria das pessoas, falaremos dos Atos Falhos, também conhecido em inglês como Freudian Slips.


Atos falhos nada mais é que uma formação de compromisso do consciente e o inconsciente. De um lado o anseio por fazer conforme o planejado e da maneira correta e do outro a repressão, o que faz com que estes “equívocos de fala, escrita, esquecimentos e comportamentos”, venham à tona.


Em 1901, Sigmund Freud demonstrou em seu livro sobre a Psicopatologia da Vida Cotidiana, que atos involuntários não são apenas um equívoco ou coincidências, toda a teoria sobre os atos falhos, pode ser explicada de forma psicanalítica.


O ato falho não é premeditado, nada mais é que enganos involuntários, na verdade uma intenção ou manifestação do inconsciente em nós.


O inconsciente se apresenta através de muitas situações, sendo uma forma de expressar o que está reprimido, ou o que queremos calar e esconder, inclusive de nós mesmos.

Quem comete um ato falho, revela uma intenção inconsciente que não era para ser revelada.


Porém, nada é tão involuntário assim. A frase criada por Chespirito, criador do personagem Chaves, diz muito sobre este tema: “Foi sem querer querendo”, portanto, compreende-se que mesmo que tenha sido uma atitude involuntária, trata-se de uma intenção inconsciente, um desejo de trazer a tona o que estava reprimido.


Muitas vezes, são revelações de intenções que nem nós sabíamos que tínhamos, pois de alguma forma se tornou reprimida e ficou ali, bem guardada em nosso inconsciente.

Até um ato equivocado, tem um significado e acredite, nosso inconsciente nos trai e revela nossas reais intenções.

Os atos falhos podem ocorrer através dos três exemplos abaixo:
  • Erros de linguagem como na fala, na escrita e na leitura;

  • Erros de memória, relatados pelos esquecimentos;

  • Erros no comportamento como tropeçar, cair, quebrar, entre outros.

Também segue abaixo, alguns exemplos de atos falhos:
  • Ocorre muito em nossa fala, quando pensamos em uma palavra e escapa outra no lugar, como exemplo, quando trocamos o nome das pessoas (Situação delicada quando se trata de pessoas de seu relacionamento amoroso)

  • Quando trocamos as palavras na escrita (Acontece muito e pode ser uma surpresa quando lemos novamente o texto e percebemos que trocamos algumas palavrinhas);

  • Quando esquecemos uma data importante, por exemplo o aniversário de um grande amigo (Será que realmente eu queria me lembrar desta data?);

  • Outro exemplo importante é quando estamos ansiosos e de repente, esquecemos de um compromisso importantíssimo, por exemplo uma entrevista de emprego; (Neste caso a ansiedade fala mais alto e me retira daquela situação de estresse);

  • Quando precisamos retornar aquela ligação importante e não nos lembramos (Será que de fato era tão importante assim?).

Enfim, quem nunca passou e ainda passará por isso? São atos que podem inclusive, se tornar constrangedores, de acordo com cada situação.


Conclui-se que nada é por acaso, é o nosso inconsciente nos entregando o tempo todo e se formos investigar a fundo, com certeza encontraremos um significado.


Sigmund Freud interpreta estes atos falhos como uma interferência de um pensamento inconsciente.


A verdade é que o nosso consciente quer que façamos várias coisas, mas, o que diz o nosso inconsciente?


Muitas vezes verbalizamos algo, mas na verdade o nosso comportamento, nos leva para outro contexto. O ato falho é necessário para se expressar, faz toda a diferença.


Muito benéfico e de extrema importância para o Psicanalista, pois é através dele que é compreendido aquilo que está guardado, que nem o próprio paciente sabe, pode ser algo reprimido ou inaceitável como um desejo, amor, ódio, raiva, tristeza, ciúme ... está de algum modo arquivado em nosso inconsciente, normalmente atribuído de um enorme valor afetivo.


Resumindo, a compreensão do ato falho, é que quem o comete, não cometeu um erro e sim um acerto. Por isso, a importância da escuta e observação analítica, pois, há sempre um discurso que reina sobre a superfície, que é de fato o que a pessoa quer demonstrar.


Porém, o mais importante é a busca pela compreensão do que se esconde e aparece eventualmente, pode ser na forma de expressão, através da fala, escritas, comportamentos, memórias.


Assim como acabamos de ver sobre os atos falhos, sendo que toda vez que nos pegamos vítimas de nosso próprio inconsciente, compreendemos a importância que tem o desenvolvimento e evolução do auto-conhecimento.


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Rita Farchi Reis


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