top of page
  • Foto do escritorRita Farchi Reis

Sigmund Freud: há cura na fala? Entenda a técnica de livre associação

Não há como falar de Psicanálise sem citar a técnica de Livre Associação, nomeada por Sigmund Freud como a REGRA DE OURO da Psicanálise. Esta técnica fundamental de Livre Associação foi descoberta por Sigmund Freud de forma gradativa, em torno do século XIX, depois de ter aplicado a hipnose e logo depois a técnica de fazer pressão sobre a testa de seus pacientes. Com a aplicação destes métodos Sigmund Freud interrogava demais seus pacientes, sobre as causas dos traumas, neuroses entre outros questionamentos e achava que era de fato o caminho para a cura. Quer saber mais sobre a vida de Freud? Clique aqui e conheça 10 fatos curiosos. Mas o primeiro contato de Sigmund Freud com a técnica de Livre Associação, foi com a história de uma paciente que não era sua e sim de seu amigo Josef Breuer que ao descrever a história dela para Freud, ele pôde ouvir de outra forma e teve uma nova visão de toda a situação. Reconheceu naquele momento que as palavras teriam efeito curativo. O segundo encontro de Sigmund Freud com a técnica de Livre Associação, foi com sua própria paciente Elizabeth que em uma de suas terapias disse para Freud que parasse de perguntar tanto e escutasse o que ela teria para dizer. Foi aí que Sigmund Freud decidiu ocupar outra posição em relação as suas terapias, a de ouvir mais seus pacientes. E foi de acordo com esta trajetória que Sigmund Freud mudou seu posicionamento de forma gradativa em relação as suas abordagens, surgindo então a técnica de Livre Associação como forma crucial para o tratamento psicanalítico. Sigmund Freud acredita que esta técnica iria mudar a forma de explorar a mente humana, pois se o paciente expressasse as suas emoções reprimidas conseguiria superar o que lhe causava angústia e sofrimento. As teorias psicanalíticas acreditam que falar cura e a técnica de Livre Associação nada mais é que deixar o paciente falar. Um falar despreocupado, como se estivesse em um estado de pensar em voz alta, sem domínio da própria palavra, palavras com curvas, verdades, mentiras e contraditórias. Com esta técnica o paciente passa a ter autonomia para escolher por onde quer começar a falar, sem se preocupar se a história terá início, meio e fim. Deixar falar é uma forma de o psicanalista facilitar a liberação das ideias e lembranças guardadas no inconsciente do paciente, sejam elas lembranças desconexas como da infância, adolescência, fase adulta ou algo que o tenha marcado. Desta forma o psicanalista então poderá sondar de forma natural o que há no inconsciente de seu paciente de acordo com a fala, pois as lembranças são liberadas de forma gradativa e natural. Para que esta técnica seja aplicada com sucesso, é necessário o uso do divã, pois assim o paciente se sentirá mais confortável e se lembrará de forma mais natural e sem esforço, de suas lembranças guardadas em seu inconsciente. O Psicanalista deverá ser muito profissional, pois ao ouvir seu paciente, independente do que ele falar, para que faça uma análise mais precisa é necessário afastar toda crítica, condenação e equilibrar o seu anseio pela busca da cura em querer saber mais e mais. Nas falas dos pacientes podem aparecer de tudo, como sentimentos ruins, de inveja e agressivos, conversas emotivas, banais, que o levem a sentir-se envergonhado. O importante é que o paciente se entregue a esta técnica de tal forma que colha apenas as suas próprias ideias e não as ideias dos outros. É neste momento que o recalque é ouvido, pois normalmente as pessoas pensam de uma forma e agem de outra, de acordo com os costumes culturais e até mesmo religiosos que vivenciaram ou vivenciam até hoje. O Psicanalista precisa ficar atento as frases do paciente em que há certo preconceito, sofrimento, sentimento de negação entre outras situações. Toda vez que há aquele sentimento por parte do paciente, de que há algo lembrado, mas que não é tão importante é aí que mora o ponto de atenção, pois há um bloqueio e com certeza algo a ser trabalhado. Mas a técnica de Livre Associação não consiste simplesmente em deixar o paciente falar e falar desgovernadamente. Pode acontecer de pacientes que falam muito e escondem o pouco que precisa ser desvendado. Nesta situação observa-se uma resistência e um bloqueio de deixar vir à tona o que está enraizado no inconsciente. Nesta situação, para auxiliar o paciente, o psicanalista poderá intervir de acordo com as suas técnicas. Toda esta memória guardada em nosso inconsciente influencia totalmente o nosso consciente e automática e naturalmente acaba nos moldando e nos transformando na pessoa que somos, pois o nosso equilíbrio mental depende totalmente da seleção de nossas ideias. Por isso é muito importante trabalharmos constantemente a nossa evolução, trazer a consciência ideias responsáveis pelo nosso comportamento, tanto positivo quanto negativo, pois todo tem muito a desvendar, não sobre o outro, mas sobre o nosso próprio EU.

Esta técnica de Livre Associação da Psicanálise é de fato a regra de ouro. Podemos resumir como uma sondagem de memórias que ocupam o inconsciente e são liberadas de acordo com a fala, pois quem fala diz além do que está sendo dito, basta ouvir e desvendar.


Gostou desse artigo e quer saber mais sobre psicanálise ou coaching? Clique aqui e entre em contato comigo para uma análise. ​ Rita Farchi Reis



bottom of page